quinta-feira, 5 de julho de 2012

Flip, um festival de sonhos


Por Christiane Angelotti

“Era um sonho”, declarou certa vez em entrevista à BBC Brasil a editora inglesa Liz Calder, uma das mentoras da Flip. Podemos parafraseá-la sem receio de sermos piegas. É um sonho.

Algo acontece de especial nessa festa internacional dedicada à literatura. Talvez a combinação da arquitetura colonial com a rua de pedras favoreça a sensação de que o tempo aqui para. Não existe nada além de Paraty. Nesse momento, entramos em uma espécie de portal, uma atmosfera diferente, onde se respira, se vive e celebra-se literatura.

São cinco dias de festa, cerca de 40 escritores, fora os que passam pelo circuito Off-Flip, e um público estimado de 25.000 pessoas. Aqui escritores nacionais e internacionais andam pelas ruas da cidade entre seus leitores que nem sempre os reconhecem. A festa é democrática, assim como a verdadeira literatura. Não existe o pedestal de ídolos montados por estratégias de marketing das editoras, todos são parceiros e amantes das letras.

Durante seus 10 anos, a Flip cresceu e passou a ser mundialmente reconhecida. Inspirou eventos similares no país e só por essas conquistas já seria sinônimo de sucesso, mas talvez o que faça desse evento uma feira diferente seja  a atmosfera do lugar em que as pessoas chegam predispostas a compartilharem histórias, olhares e a descobrirem e redescobrirem o que pode nos dizer a literatura.  Enfim, sonho.