A partir de hoje, o site da Apicuri possui um blog. A proposta é que nele apareçam textos, reflexões, delírios e sonhos da equipe, dos autores e de convidados da Apicuri.
Como sou a editora da mesma faço a abertura da série e o convite para integrá-la.
Nasci no século passado, em 1953. Já havia televisão no Brasil, inaugurada em 1950. Já havia telefone também, não para todos e nem telefonia móvel. Telefone era artigo de luxo, conseguido por poucos no Brasil. Internet então, nem pensar. Parece que já havia protótipos de computador que ocupavam sala inteira e foram desafiados por Einstein, não a responderem uma pergunta mas a FAZEREM uma.
Nos anos 1950 tb moças escreviam diários que eram guardados a sete chaves, para que ninguém soubessem os arroubos que as acometiam ou os sonhos que, porventura, imaginassem. Por isso estranho, mas quero, escrever para o blog da Apicuri com certa regularidade neste século pós-moderno em que passamos a perna no Big brother, e nós mesmos resolvemos ir para o ciber espaço e exibir nossos delírios, devaneios e reflexões.
Também não nasci editora, a idéia me surgiu ainda na academia – fui professora de História em Universidades privadas durante vinte anos – ao ver tanta pesquisa e tantos textos de qualidade serem produzidos e não publicados. Durante as bancas de defesa das Teses e Dissertações, muitos trabalhos são agraciados com a distinção “altamente recomendado para publicação”, publicação por quem, cara pálida? Daí resolvi abrir uma editora e me reinventar, palavra/atitude da moda. Dinheiro próprio não possuía, mas um sócio, companheiro de vida e de delírio – abrir editora no Brasil beira a isto – resolveu bancar a viagem.
Começamos em 2007 e tivemos vários problemas - conto outro dia - e muita realização. Em 2011, temos mais de 40 títulos publicados e dois livros premiados. Publicamos livros com auxílio FAPERJ, em co edição com a PUC, a UNB e a UNIVERSO e com alguns autores que financiaram a própria edição.
Os primeiros livros produzidos eram da área de História, que eu mais conhecia e tinha condição de avaliar. Mas logo textos de Ciências Sociais, Antropologia, Comunicação e Relações Internacionais de qualidade chegaram e se transformaram em livros.
Convoquei amigo para trazer textos sobre Arte Contemporânea e o foco da editora se abriu. Ano que vem ficção? Quem sabe?
Nestes quatro anos tenho me tornado editora e aprendi que autores odeiam críticas ao próprio texto, acreditam piamente que sua escrita é irretocável e pensam que se produz um livro num piscar de olhos. Mas tem valido a pena. Li e publiquei textos muito bons, onde pesquisa, rigor teórico e leitura agradável se encontraram. E encontrei autores que se tornaram parceiros, quase cúmplices, acreditaram que vale a pena existir uma editora de livros acadêmicos e lutam pela continuidade da mesma divulgando seus livros e a editora, levando-os para todos os eventos que participam, apresentando textos de qualidade para serem publicados. Exibem sorrisos de felicidade ao verem o livro pronto e orgulhosos convidam alunos, ex casos, amigos reais e virtuais, parentes e aderentes para o lançamento. O livro vende e a editora respira.
Encontrei pessoas bacanas pelo caminho que me ajudaram a montar a editora e a produzir livros de qualidade. Comecei com uma equipe neófita, como eu, mas a resposta foi excelente. Melhor do que experiência, ou tão boa quanto, é o desejo. Toda a equipe da editora deseja que ela cresça e apareça e só tenho a agradecer a todos.
Assim... segue o baile e o blog.
Rosangela Oliveira Dias