Por Rodrigo Novaes de
Almeida
Em vão percorremos volumes,
Viajamos e nos colorimos.
A hora pretendida esmigalha-se em pó na rua.
(Nosso tempo, Antologia poética, Carlos Drummond de Andrade)
Ontem, sexta-feira, o crítico literário Alcides Villaça e o
acadêmico Antônio Carlos Secchin, com mediação do jornalista Flávio Moura,
reuniram-se para conversar sobre o homenageado desta edição da Flip, Carlos
Drummond de Andrade.
Uma agradável aula sobre o poeta, que despertou interesse
tanto do público adulto e que crescera lendo a poesia de Drummond, quanto dos
jovens estudantes, presentes em grande número. Alcides registrou que o poeta buscava o absoluto:
o amor absoluto, o conhecimento absoluto, a amizade absoluta.
Também debateram as relações de amizade de Drummond com João
Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira e Mário de Andrade. Com este, a relação
era tão profunda, que pudemos ver na exposição Faces de Drummond, na Casa da
Cultura, originais do poeta mineiro com comentários críticos manuscritos do
colega e amigo. Em um desses, Mário escreveu: “que abundância francesa de uns!”
(poema Construção). Já em Passa uma aleijadinha, escreveu: “que
palavra horrível! Só se emprega em livros didáticos. Deixemos isso para
Portugal.” A palavra era acolá.
Leituras de poemas do Drummond são feitas no início de cada
uma das mesas desta edição da Flip por um dos convidados.