segunda-feira, 9 de julho de 2012

Jennifer Egan e Black Box


Por Christiane Angelotti

Uma das mais aguardadas participações desta décima edição da Flip, a escritora americana Jennifer Egan realmente surpreende. Seu romance A Visita Cruel do Tempo deixou até a crítica literária, que reclamava de uma mesmice, maravilhada.

Audaciosa, como muitos a descreveram, Jennifer passa segurança ao falar, segurança esta digna de grandes escritores. Durante a mesa em que participou ao lado de Ian McEwan, demonstrou repudiar autores que se comportam como “estrelas”. McEwan e Vila-Matas foram outros escritores que também não perderam a oportunidade de criticar tal comportamento.

A visita cruel do tempo é um livro em 13 capítulos que parecem ser contos, isolados, mas na verdade estão unidos numa mesma trama. Eis uma das grandes nuances do livro. A indústria da música e o tempo são alguns dos fios condutores do romance, que gira em torno de Bennie, um produtor musical e sua assistente, Sasha. O livro conta a história desses personagens principais e dos periféricos num período de 50 anos.

Jennifer Egan também escreveu no Twitter pelo jornal The New Yorker a micro ficção Black Box, que pode ser lida na ítegra AQUI. Egan afirmou durante a mesa “Pelos Olhos dos Outros”, na 10ª.  Edição da Flip, que tem bastante interesse nas redes sociais, o que a motivou a escrever histórias fragmentadas, além da possibilidade de explorar o potencial das mesmas. Black Box foi publicada durante uma hora, por dez dias seguidos, no perfil do jornal The New Yorker. Mas o interessante é que a autora o escreveu primeiro em um caderno japonês com oito retângulos em cada página, antes de tuitá-lo.