sábado, 7 de julho de 2012

Mesa: Drummond, o poeta moderno


Por Rodrigo Novaes de Almeida

Em vão percorremos volumes,
Viajamos e nos colorimos.
A hora pretendida esmigalha-se em pó na rua.
(Nosso tempo, Antologia poética, Carlos Drummond de Andrade)

Ontem, sexta-feira, o crítico literário Alcides Villaça e o acadêmico Antônio Carlos Secchin, com mediação do jornalista Flávio Moura, reuniram-se para conversar sobre o homenageado desta edição da Flip, Carlos Drummond de Andrade.

Uma agradável aula sobre o poeta, que despertou interesse tanto do público adulto e que crescera lendo a poesia de Drummond, quanto dos jovens estudantes, presentes em grande número. Alcides registrou que o poeta buscava o absoluto: o amor absoluto, o conhecimento absoluto, a amizade absoluta.

Também debateram as relações de amizade de Drummond com João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira e Mário de Andrade. Com este, a relação era tão profunda, que pudemos ver na exposição Faces de Drummond, na Casa da Cultura, originais do poeta mineiro com comentários críticos manuscritos do colega e amigo. Em um desses, Mário escreveu: “que abundância francesa de uns!” (poema Construção). Já em Passa uma aleijadinha, escreveu: “que palavra horrível! Só se emprega em livros didáticos. Deixemos isso para Portugal.” A palavra era acolá.

Leituras de poemas do Drummond são feitas no início de cada uma das mesas desta edição da Flip por um dos convidados.