sexta-feira, 5 de julho de 2013

Mesa: O prazer do texto

Por Frederico Hartje

A franco-iraniana Lila Azam Zanganeh e o brasileiro Francisco Bosco foram os convidados das 12 horas deste terceiro dia de FLIP.

Lila, que discorreu sobre o influência do russo Vladimir Nabokov em sua obra, contagiou o público ao falar um ótimo português — principalmente para quem teve seu primeiro contato com o idioma há apenas alguns meses — e mostrar muita simpatia, domínio do tema e um conhecimento razoável da cultura brasileira. Segura nas argumentações e nas respostas às perguntas da plateia, ela deixou claro por que é uma das grandes autoras da nova geração.


Bosco, por sua vez, versou sobre a importância de Roland Barthes em sua formação como escritor, destacou o caráter político dos textos do francês e lembrou a onda de protestos que tomou o país nas últimas semanas: "Barthes tem uma relação forte com a política. No livro O prazer do texto, ele declara uma renúncia ao conflito. A linguagem dos protestos é a dos cartazes, com palavras de ordem, e a de Barthes é subversiva e sutil", disse.

O autor de Alta ajuda, que também é compositor e filho de João Bosco, comentou também sobre a tendência atual dos músicos de dar cada vez mais valor à melodia e menos à letra.

Certamente dois dos escritores mais aguardados do evento, ambos fizeram justiça às expectativas e protagonizaram o melhor encontro até o momento, que foi mediado pelo jornalista da Folha de S.Paulo e ex-editor da Cosac Naify, Cassiano Elek Machado.